A criança é o princípio sem fim…

“A criança é o princípio sem fim. O fim da criança é o principio do fim. Quando uma sociedade deixa matar as crianças é porque começou seu suicídio como sociedade. Quando não as ama é porque deixou de se reconhecer como sociedade” Herbert de Souza.

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Esta citação foi retirada do livro Infâncias, cidades e escolas amigas das crianças; o autor é Euclides Redin, ex professor da Universidade Federal de Viçosa, grande educador que traz uma proposta baseada na busca pelo resgate do processo criativo da criança como condição de humanização. A educação é um processo contínuo de vida.

O mais interessante é que ao se tratar do processo de humanização, deseja-se que nossas crianças tenham espaços e tempos carregados de dignidade, respeito, ternura e aconchego, “porque é de infância que o mundo tem precisão” (Thiago de Mello, 1964, 34).

Só poderá haver realização humana se considerarmos todas as possibilidades do fazer, do sentir, do pensar, do criar e do transformar produzidos com base na sociedade e cultura. E aqui poderíamos nos perguntar: Qual têm sido concretamente as possibilidades para o crescimento sadio de nossas crianças? Como elas têm sido tratadas nos mais variados âmbitos de suas vivências? Uma vez que estamos assistindo cada vez mais a violência física e emocional para com elas, em todos os níveis econômicos. As crianças têm sido desrespeitadas na mais tenra idade.

Se olharmos a Palavra de Deus encontraremos duas passagens importantes que apontam nessa mesma direção: Jesus ordenou que devemos deixar as crianças irem ao seu encontro, pois o reino dos céus é semelhante a elas (Mc 10, 13); disse ainda que só àqueles que se fazem como pequenos é que o Pai se revela (Lc 10, 21). Eis aí uma expressão forte de quem realmente tem amor e zelo pelos pequenos.

Por acreditarmos no amor concreto e cuidadoso de Jesus, é que a proposta do Projeto Caminhar tem procurado expressar a busca de alternativas para auxiliar os pequenos carentes de amor e atenção, se constitui também como um ato político que vê na sociedade, condições concretas para o desenvolvimento das possibilidades múltiplas das crianças e de suas culturas, no sentido de superar as injustiças da realidade.

Se é de infância que o mundo tem precisão é, portanto, de extrema urgência que busquemos alternativas coletivas e individuais para que o mundo caminhe numa direção contrária ao risco imediato de envelhecimento sem infância.

Como adultos, somos convocados a responder de forma diferente ao que está explícito na atualidade de nosso país, nos reconhecendo como sociedade e mais ainda, como cristãos, pessoas que acreditam em um Deus vivo presente na vida dos irmãos; são as crianças seres especiais, futuro do nosso mundo, não é possível permitir que cresçam tão marcadas a ponto de reproduzirem o que a elas tem sido feito.

Rezemos, ajamos, gritemos em favor dos menores, não podemos deixar morrer nossa sociedade, não podemos deixar de acreditar num mundo melhor, os pequenos de hoje são os adultos de amanhã e são queridos e amados do Senhor.

“Os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir (às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso…)” (Cecília Meireles).

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