Mons. Raimundo Gonçalo Ferreira – Vulto Célebre e Benfeitor

Nascido em São José do Barroso (hoje Paula Cândido) a 11 de fevereiro de 1910, no Sítio Canteiro, comunidade do Arruda, filho primogênito do Senhor Antônio Julião Ferreira e de Dona Maria Petrina Ferreira, e falecido em Viçosa a 22 de março de 2002, o Monsenhor Raimundo Gonçalo Ferreira foi um homem realmente célebre e que nunca deixará de ser assaz louvado pelas comunidades nas quais conviveu.

Fez seus primeiros estudos em seu torrão natal com o não menos célebre professor Samuel João de Deus iniciando estudos eclesiásticos em 1924, com os padres barnabistas, no Rio de Janeiro, prosseguindo-os de 1925 a 1933 em Mariana, com os lazaristas. Foi ordenado sacerdote a 8 de dezembro de 1933, vivendo desde então uma vida inteiramente dedicada ao sacerdócio. De 1934 a 1935 foi coadjutor do Cônego Felício de Abreu Lopes, em Piranga. De Jequeri – onde fora pároco até 1963, depois de exercer o mesmo munus de 1935 a 1955, em Porto Firme – mudou-se para Viçosa em janeiro de 1964, onde pôde contar com o carinho muito especial de duas parentas, sua amorável Tia Júlia e a prima Dona Quiquita, duas santas mulheres por ele muito amadas. Nomeado capelão de Sua Santidade em 1983, recebeu o Monsenhorato por Dom Oscar de Oliveira, em outubro daquele ano, no Santuário de Santa Rita.

Verdadeiramente justo é o fato de, em Porto Firme, ser ele Cidadão Honorário e, mais que isto, ser o nome de sua praça principal, já que ali construiu a nova e belíssima Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, entre 1945 e 1950, graças à boa-vontade do povo portofirmense, além de casa paroquial e as primeiras capelas e cemitérios das comunidades rurais, além de ter sido “o veículo de que Deus se serviu para dar impulso” ao progresso daquele município, na sábia definição de seu digno sucessor na capelânia do Hospital São Sebastião, Cônego Joaquim Quintão de Oliveira. Monsenhor Raimundo foi capelão do Colégio Normal Nossa Senhora do Carmo até 1971 (quando da extinção do internato), do Hospital São Sebastião e do Lar dos Velhinhos até seu falecimento e do Patronato Agrícola Arthur Bernardes até 1967, quando assumiu a capelania deste o Pe. Pedro Rosa de Toledo.

Grande devoto de São José, muitos são os que, em Viçosa, se lembram, com saudade, dele celebrando piedosas missas e rezando o terço diariamente, às 16 horas, com os internos do Lar dos Velhinhos, e fazendo, com a sua reconhecida eulalia, a bela oração invocatória do patrocínio ao Padroeiro de sua terra natal e Patrono da Igreja Católica.

Abrigando a dor dos doentes e da velhice desamparada que o buscava, a sua presença foi confortante para os viçosenses porque sempre distribuiu bondade e compreensão. Foi pródigo em benefícios ao povo necessitado, muitos no mais absoluto anonimato, providenciando toda sorte de benesses aos vicentinos, aos internos do Lar dos Velhinhos e ao seu tão querido e hoje centenário Hospital São Sebastião, do qual foi um autêntico provedor, assim se revelando em mensagens na imprensa local, relatando inclusive significativos fatos históricos do século 4º da Era Cristã, na Europa, quando a Igreja possuía hospitais e asilos, conquistando seus leitores para generosas colaborações com tais instituições, que na abalisada avaliação do Monsenhor Raimundo, correspondem “a toda sorte de doenças, necessidades e condições de vida”.

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