Deus nos alimenta

Êxodo 16, 1-4

Toda a comunidade de Israel partiu de Elim e chegou ao deserto de Sin, entre Elim e o Sinai, no dia quinze do segundo mês após a saída do Egito. Toda a comunidade de Israel murmurou contra Moisés e Aarão no deserto, dizendo: “Era melhor termos sido mortos pela mão de Jave na terra do Egito, onde estávamos sentados junto à panela de carne, comendo pão com fartura. Vocês nos trouxeram a este deserto para fazer toda esta multidão morrer de fome!”

Javé disse a Moisés: “Farei chover pão do céu para vocês: o povo sairá para recolher a porção de cada dia, para que eu o experimente e veja se ele observa a minha lei, ou não.

Não é difícil perceber que esse povo estava sofrendo profundamente: sofrendo por não acreditar na promessa de Deus. Às vezes o cansaço faz isso conosco, acabamos enxergando somente o que está diante do nosso nariz, não conseguimos ver além; e era isso que estava acontecendo com aquele povo, o sofrimento constante em suas vidas fazia deles um povo de pouca fé.

Aquele povo, estava acostumado com uma realidade que foi bruscamente modificada. Eles estavam acostumados a viver como escravos, já viviam daquela forma a algum tempo. É claro que ser escravo não é bom, muito pelo contrário, é péssimo! No entanto, o que eu estou querendo dizer é que eles já estavam acostumados com aquela realidade de escravidão; e quando aconteceu o convite para a libertação, na cabeça deles sair do Egito e ir para Canaã seria uma caminhada de poucos dias e com muita facilidade e alegria. Não estava nos planos deles caminharem por 40 anos de forma sofrida e difícil.

Na verdade, posso dizer que sair da escravidão e ir em busca da Terra Prometida por Deus, não acabou, pelo menos durante a caminhada, com o sofrimento daquele povo, uma vez que, conforme dito anteriormente eles tinham uma visão pequena de tudo aquilo que estava acontecendo com eles.

Visto tudo isso, é fácil entender aquele povo no momento em que eles estavam reclamando. Quem não reclamaria? Eu seria o primeiro a dar o grito de socorro e pedir para que o sofrimento acabasse, uma vez que eu também enxergo somente o que está próximo de mim. É claro que peço diariamente a Deus para dar-me a graça de ver além, de enxergar o que Deus quer para minha vida e não o que superficialmente eu desejo. Peço a Deus que me faça ver como Moisés e não como o povo via.

O povo reclamava por um único motivo, não estavam preparados para viver aquela realidade de passar necessidades na hora de comer. E por ser um povo humano acabam preferindo aquilo que é mais fácil, preferem o que não requer esforço algum, optam pelo mais fácil, ou seja, preferem voltar à vida de escravidão ao em vez de enfrentar os desafios que Deus coloca em prol da liberdade.

Dessa forma, vivendo no medo, escolhendo aquilo que não requer esforço, escolhendo o mais fácil o povo não está respeitando o desejo de Deus e assim traindo o projeto de Deus.

Diante de tudo isso, Deus com seu amor imenso, seu amor infinito. Ele que é rico em misericórdia age. Misericórdia é amar aquele que não merecer ser amado. Misericórdia e abrir o coração para que o outro entre inteiro. E foi exatamente isso que Deus fez para aquele povo, agiu com misericórdia. Deus vendo o desespero do povo e entendendo a traição deles e pouca fé, pois Deus é misericordioso chama Moisés para conversar e falar com ele que iria resolver o problema da fome do povo. Naquele momento Deus estava abençoando o povo com o Maná. Deus mandou em formato de chuva o alimento. O maná que representa muito mais que alimentação “comida”, o maná e a representação da total misericórdia de Deus para com o povo. Deus abençoou aquele povo da mesma forma que nos abençoa hoje. O maná é uma benção para suprir a necessidade do dia atual, daquele dia especificamente. Não é um alimento igual a outro qualquer que armazenamos e guardamos para o dia seguinte. O maná é o alimento para o dia de hoje e Deus alimentava aquele povo todos os dias de acordo com a necessidade de cada um. Uns tinha a necessidade de comer mais, outros de comer menos, mais o importante é que todos ficavam saciados igualmente. Isso acontece pelo motivo que se Deus nos alimentasse de tudo que necessitamos de uma vez só, não daríamos conta de absorver tudo. Uma vez que Deus tem uma benção diferente para nós a cada dia.

Se fosse diferente disso, agiríamos igual a uma criança quando ganha um monte de brinquedo de uma vez só. A criança além de não conseguir brincar com todos os brinquedos, pois não daria tempo, ela perderia o interesse muito fácil, pois tem brinquedo em abundância, não teve esforço nenhum para conseguir aquele brinquedo e acaba não dando atenção necessária.

O mesmo acontece conosco hoje. Deus nos abençoa cada dia de forma diferente, e temos que aprender a entender isso e viver o que realmente o maná é para nossas vidas, pois do contrário vamos comer arroz com feijão a vida toda e tendo disponível para nós toda a comida que precisamos e queremos.

Comer arroz com feijão todos os dias quando temos em abundancia carnes, legumes, frutas etc, me perdoem mais é burrice. Temos que parar de viver na mesmice e começar a entender que somos filhos de Deus e abençoado por Ele.

Deus está nos alimentando… Qual é a sua fome? Você tem fome de que? Fome de perdão? Fome de fé? Fome de sair das drogas? Fome de parar com o adultério? Qual é a sua fome de hoje.

Pense nisso, pois Deus está te abençoando e te alimentando.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *