Evangelho da Semana (Lucas 4, 21-30)

Evangelho de 10/01/2010 – Lucas 4, 21-30

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer:

“Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.

Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”

Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”.

E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.

De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.

E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.

Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Neste Evangelho Jesus é expulso de Nazaré, o lugar onde morava com Maria e José. O primeiro impacto da admiração pelas palavras de sabedoria de Jesus perde espaço pelo reconhecimento de sua origem, seus pais, sua condição social e tudo o que fez parte de seu passado até que Ele se apresentasse como o Messias. No nosso dia a dia também não é muito diferente, muitas vezes perdemos o foco do que Deus quer para nós porque o meio utilizado por Ele não consideramos muito apropriado, ou seja, o Padre de nossa Paróquia, o membro da Pastoral ou do Grupo de Oração que são pessoas que conhecemos, se criou no nosso meio e conhecemos todo o seu passado.

Jesus quando percebe o que está acontecendo no meio do povo já se adianta lembrado dos profetas Elias e Eliseu que puderam intervir na fome e na doença em estrangeiros, deixando de privilegiar as pessoas de sua pátria por causa da falta de fé. Desta forma provocando a ira dos que O ouviam. Com o acesso fácil dos meios de comunicação e a Evangelização na mídia criamos uma expectativa da Igreja ideal, comunidade perfeita e não contribuímos em nada para que o Reino de Deus aconteça também na nossa comunidade. E continuamos a vislumbrar de longe a Graça de Deus acontecendo, literalmente assistindo.

Como no tempo de Jesus, nós barramos a Graça de Deus, ameaçamos de jogá-la de cima de um monte e até mesmo A apedrejamos. Em Mc 3,13 diz que Jesus subiu ao monte e chamou os que Ele quis, o chamado é sempre Dele, quem capacita é o Espírito Santo e São Paulo ainda diz na carta aos Efésios que não é por nosso mérito, mas puro dom de Deus. Nisto aprendemos duas coisas muito importantes: primeira, se Deus nos chama não é por que merecemos, mas é gratuitamente que somos chamados, não podemos permanecer com uma falsa humildade de que não somos dignos, de que não podemos, mas devemos nos doar e tentar fazer o que de melhor pudermos para que o Reino de Deus também chegue em nossas comunidades. Segundo é que o canal que Deus está usando foi o escolhido por ele, não podemos nos prender no passado da pessoa, classe social ou se não é como aquela pessoa da Evangelização através da mídia que eu admiro muito, mas devemos receber a Graça que está diante de nós com “singeleza de coração” (At 2, 46).

Acolher Jesus, seus ensinamentos, as Bençãos e Graças é reconhecermos nas pequenas coisas a presença Dele, deixar cair nossos conceitos e pré-conceitos, abrir as portas, os ouvidos e o coração e “em todas as circunstâncias, dar graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.” (I Ts 5, 18).

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