Evangelho da Semana (Lucas 7,11-17)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 11Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. 12Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava. 13Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: “Não chores!” 14Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 15O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. 16Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”. 17E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira, e por toda a redondeza.

– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor.

Após o rico tempo da Páscoa, voltamos ao tempo litúrgico Comum, que não menos rico nos convida a participar das coisas de Deus no nosso comum de cada dia.

Neste domingo, o Senhor nos presenteia com o Evangelho da viúva de Naim: o fato da mulher ser viúva já nos remete a um estado de vida solitário e precário, pois ela já não tinha a companhia de seu marido, que provavelmente era ainda quem sustentava a casa. E agora, como se não bastasse, ela perde o seu filho único, quanto sofrimento deve ser para uma mãe enterrar seu filho… Jesus então se vê diante de uma mulher viúva, de uma mãe que perdeu o seu filho e assim o Homem-Deus, sentiu compaixão para com ela. Penso que até nós mesmos sentiríamos “compaixão” neste caso, como sentimos em tantos outros, talvez até mais comoventes nos dias atuais. Coloquei compaixão entre aspas, porque na verdade o que sentimos é apenas dó, porque a verdadeira compaixão é mais do que simplesmente, ver uma cena triste e ficar tocado com aquilo… Jesus nos ensina: Ele sentiu compaixão e falou àquela mulher, Ele não ficou de longe olhando, comentando com o seu grupo de amigos sobre as desgraças daquela mulher, nem pode seguir seu caminho depois de ter visto aquilo. Jesus, ao contrário, parou e falou com ela: ‘Não chores!’. Imagino eu que esta mulher tenha chorado ainda mais… como assim que alguém, um desconhecido, entra na sua vida em um momento tão difícil e pede logo que ela não chore? De um coração tão entristecido só podiam sair lágrimas sofridas. Mas, a verdadeira compaixão, transforma… e Jesus fez isso com a vida daquela família… com a vida daquele povo. Ao tocar o menino e lhe ordenar que levantasse, Jesus ergue também a sua mãe e os que estavam ali… e, porque não, também nós! A Palavra de Deus é viva e não importa o que vivemos hoje, podemos ter a certeza que Deus caminha conosco e dia-a-dia Ele nos vê, Ele nos fala, Ele nos toca, Ele nos faz renascer!

Muito me encanta a maneira como Deus visita o seu povo, e hoje Ele nos chama a observar esses momentos… nos convida a sermos presença dEle no mundo. Alimentados da Palavra e da Eucaristia, nós podemos e devemos levar Cristo aos outros, tendo sempre compaixão daqueles que não conhecem e não amam a Deus, daqueles que sofrem, daqueles que se afastaram do Primeiro Amor… mas uma compaixão ativa, que transforma… mesmo com poucas palavras, mesmo com poucos gestos!

Gostaria de aproveitar para partilhar uma linda experiência que tive estes dias. Desde Abril deste ano estou na cidade de Rennes, na França. Domingo passado fui a Pontmain, um vilarejo bem próximo daqui, no qual a Virgem Maria apareceu as crianças no século XVIII (só as crianças podiam vê-la). Foi uma aparição em um único dia, fruto da oração do padre daquele lugar, que desde que viu seus jovens irem para a guerra, todos os dias antes da missa acendia quatro velas a Nossa Senhora e colocava na intenção da missa a vida daqueles rapazes e o fim da guerra. Mesmo quando todos já estavam desanimados o padre os encorajava, pedindo que continuassem a confiar em Deus. As primeiras crianças a verem, eram irmãos de um rapaz que tinha ido para a guerra e todos os dias, como prometido ao seu irmão, eles rezavam 5 Pai-nosso e 5 Ave-maria, antes do jantar, pelo fim da guerra. No céu as crianças viram a mensagem: “Rezem meus filhos, o Senhor os atenderá em breve ● Meu Filho se deixa tocar”.

O Evangelho de hoje nos mostra que realmente Jesus se deixa tocar por nós, pelos nossos sofrimentos, pelas nossas dores, por nossas lutas diárias. Ele se deixa tocar por nossas orações, então rezemos… façamos como Nossa Mãezinha do Céu nos aconselhou, rezemos pelos nossos sacerdotes, para que permaneçam firmes no seu ministério, rezemos para que Deus toque o coração dos jovens e suscite novas e santas vocações sacerdotais. Rezemos e não percamos a esperança, porque Deus visita o seu povo!

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