Evangelho da semana: Jo 6, 1-15

Antes da nossa leitura deste domingo rezemos: Sabemos Senhor que a tua palavra é luz para os nossos passos e sob a tua luz desejamos caminhar. Por isso, te pedimos, enviai o vosso Espírito e dai-nos clareza acerca do que deseja nos dizer através desta palavra. Fortalecei nossa decisão para que possamos optar sempre pela tua palavra, uma vez que “só Tu Senhor tens palavras de vida eterna”.

Evangelho de 26/07/09 – Jo 6, 1-15

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

1. Depois disso, atravessou Jesus o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades.)

2. Seguia-o uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em benefício dos enfermos.

3. Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos.

4. Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus.

5. Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?

6. Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer.

7. Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço.

8. Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:

9. Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes… mas que é isto para tanta gente?

10. Disse Jesus: Fazei-os assentar. Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil.

11. Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam.

12. Estando eles saciados, disse aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.

13. Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos.

14. À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo.

15. Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte.

– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor.

E depois disso…

A reflexão desta semana está atrelada a uma seqüência de acontecimentos. Há duas semanas, Jesus enviou os apóstolos dois a dois; na semana seguinte os apóstolos voltam narrando tudo o que tinham realizado, e então Jesus os convidava para um lugar de descanso – porém a multidão os seguia pois eram como ovelhas sem pastor.

Depois de uma maratona de atividades narradas na última semana, os apóstolos ainda não tinham descansado, e percebe-se (ao ler os demais evangelistas que tratam do fato), que a hora já era avançada1, ou ainda caia a tarde2 quando Jesus começa mais esta partilha do pão.

Os evangelistas, nos textos sinópticos (textos que tratam das mesmas passagens da vida de Jesus), tentam mostrar que depois de um dia duro, de muitas curas, os apóstolos já haviam narrados os seus feitos e provavelmente uns tinham partilhado sobre como haviam pregado a conversão, outros, como haviam expulsado demônios, outros ainda como haviam curado e assim por diante. Fico imaginando a narrativa dos acontecimentos por parte dos apóstolos e quando eles já achavam que tinham feito a parte deles, que já tinham cumprido com a missão a eles confiada por Jesus… ELE os coloca novamente à prova.

Muitos de nós achamos que o nosso tempo já passou, ou seja, já fizemos a nossa parte. Já me formei, agora estou em outra realidade e, portanto agora é tempo de descanso, e assim como os discípulos muitos estão mesmo desejando que Jesus despeça os famintos, que andam atrás dEle como ovelhas sem pastor para que eles possam ir comprar víveres nas aldeias. Da mesma forma, muitos de nós temos desejado que nossos irmãos famintos, que estão na droga, na prostituição, que acabam se matando em esportes radicais, também sejam dispensados por Jesus para que possam comprar víveres. E muitos tem ido ao deserto, e antes de encontrar algo que os sacie, a vida lhes tem sido ceifada. Em muitas realidades universitárias vê-se o suicídio, a overdose, vícios, e muitas outras formas de morte.

No evangelho de hoje somos chamados a refletir se já fizemos tudo o que precisa ser feito, como sempre nos diz a Ierece3, o nosso necessário. Amados, independente do que eu, você, e outros de nossos irmãos de caminhada tenham feito, é necessário fazer o necessário.

E depois disso, de pregações, curas, milagres, pastoreio… Não podemos despedir os nossos irmãos universitários, nossos jovens e os profissionais para que eles saiam à procura de víveres. Muitos terão a sua vida e seus sonhos ceifados.

Os apóstolos tinham pães e peixes para cearem com Jesus, mas e os demais? Diante do comportamento egoísta, pequeno, mesquinho dos apóstolos, Jesus dá o exemplo do verdadeiro cristão, ou seja, mostra a sua compaixão e misericórdia. Já não mais somente com salvação da alma, do interior, mas agora com o físico, pois se compromete com a fome do povo que o seguia. Este exemplo o verdadeiro cristão deve seguir. JESUS é A FONTE DA CURA DO HOMEM TOTAL.

O pão

Desejo partilhar com vocês algo muito pessoal e profundo em minha vida missionária.

Quando refleti a primeira vez com estes textos, eles me impregnaram de tal forma que a única resposta que consegui dar foi o meu sim, que carrego há quase trinta anos de serviço à igreja. A frase de Jesus dizendo: “Não é necessário despedi-los,… Dai-lhes vós mesmos de comer” me impulsionou a dar tudo de mim, na evangelização universitária, pois via meus amigos, morrendo nos vícios, na prostituição, na falta de compromisso com os estudos, na “farra inconsequente” como ovelhas sem pastor. Então, diante deste quadro catastrófico do meio universitário, escuto a voz me dizendo: DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER.

Ao mesmo tempo, percebo Jesus falando comigo da mesma forma que falou com Felipe: onde compraremos pão? Ou escuto Jesus perguntar: “quantos pães tendes?”4

Então compreendo a importância do pão. Do pão da palavra, do pão que sacia a fome,… E entendo a pergunta de Jesus sobre quantos pães tendes. Explico melhor. Quando acho que não tenho pão pra todo mundo, ou que tenho apenas alguns pães para o pessoal do Grupo de Oração (GOU), ou do GPP, quando coloco o foco da minha vida religiosa somente no pessoal da igreja. Então, JESUS me PERGUNTA QUANTO EU TENHO DE PÃO.

Amados Jesus é o pão da vida. ELE apenas nos pergunta quanto temos dEle, o que conhecemos dEle. Se temos o pão da vida, não podemos deixar os famintos saciarem-se em outros lugares. É nossa a missão, É MINHA, É SUA A MISSÃO DE DARMOS NÓS MESMOS DE COMER A ESTES FAMINTOS DAS NOSSAS UNIVERSIDADES e DO MUNDO DO TRABALHO.

Eu sou missionário, consagrei minha vida ao serviço do Reino, após compreender esta palavra de Jesus. Foi com a força desta palavra que dei meu sim a Deus na missão na universidade e disto surgiu o PUR/MUR, o sonho das universidades renovadas. Gloria a Deus!

É PRECISO ENTENDER QUE QUEM ALIMENTA OS FAMINTOS NÃO SOMOS NÓS, MAS O PÃO DA VIDA, JESUS.

Então eu, você e outros que sonham conosco apenas precisamos apresentar a Jesus o pouco de pão que temos, ELE abençoará e nós SERVIREMOS àqueles que se assentaram na relva (aos que participam dos nossos GOUs, GPPs, aos que freqüentam nossos encontros e atividades).

Estamos em tempo de Retiro das Setas, em breve haverá a Semana Nacional de Missão, então apresente o que você tem de Jesus e isso será a fonte que saciará todos aqueles que estiverem como ovelhas sem pastor e passarem por sua vida. CREIA NISSO. Receba esta palavra como um Rhema, que aliás é um dos Rhemas mais antigos do nosso ministério. Ao escrever estas linhas percebo o desejo de Deus em renovar entre nós este Rhema.

Amados, Universidades Renovadas, nada mais é do que o que o evangelista narra no final, “todos comeram e ficaram fartos”. 5 É necessário que você sonhe com essa realidade! Isso é encher a universidade da doutrina de Jesus.

Só acontecerá quando eu, você, quando nós apresentarmos nossos pães e Jesus abençoá-los, nos os distribuiremos e então haverá realmente a fartura.

E ainda, Jesus não queria que nada se perdesse! Por isso, se recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão. Isso é o que nos espera. Damos cinco pães, Jesus abençoa, distribuímos aos famintos, e recolhemos doze cestos mais. ESSA É A MATEMÁTICA DE JESUS.

Neste tempo de serviço a Deus e à igreja, sou testemunha do quanto Ele é fiel principalmente no cumprimento desta palavra. Na minha miséria sempre lhe dou pouco e recebo cestos cheios do pouco que lhe dou.

Reflexão Final

Mesmo já tendo trabalhado muito ao longo do dia, da missão, ainda há muitos famintos a serem alimentados, principalmente na universidade e no mundo do trabalho.

É necessário refletir sobre a minha preocupação com o faminto, sou como Jesus que deseja saciar a fome daqueles que andam gritando por alimento ao nosso redor, ou como os apóstolos que, ao terem seu alimento, desejam dispensar os famintos?

Quem é o Pão da Vida? Quanto deste pão você tem?

Ter deste pão não é necessariamente ser um instruído nas coisas da Igreja, ao contrário, na universidade o seu pão da vida pode ser um sorriso, um momento de estudo gasto com um amigo em dificuldade em alguma disciplina, uma conversa amiga, uma visita, sua presença alegre, cativante. Creia, pois é deste pouco que sobrará doze cestos cheios.

Apresentar este pouco a Jesus é um ato de coragem. Mesmo a gente se achando muito fraco, sem nada para oferecer, seja forte, e dê um passo adiante oferecendo a Deus seus talentos, pois Ele os abençoará e os fará alimentos a outros.

Depois da benção de Deus, é necessário estarmos ainda envolvidos no serviço. É necessário DISTRIBUIR O FRUTO DA benção DE DEUS.

Meus amigos, SERVIR na messe do SENHOR foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida, pois se vê o quase nada virar saciedade de todos e doze cestos cheios.

Finalizando, o que estamos fazendo neste momento, segundo frei Raniero Cantalamessa6, também é uma multiplicação dos pães: o pão da palavra de Deus. Eu parti o pão da palavra e a internet multiplicou minhas palavras, de forma que muitos também se alimentaram e ficaram saciados. Resta uma tarefa: recolher “os pedaços que sobraram”, fazer a Palavra chegar também a quem não participou do banquete. Converter-se em “repetidores” e testemunhas da doutrina de Jesus.

VEM ESPÍRITO SANTO, VEM!

1 Cf.Mc 6, 35
2 Cf.Mt 14, 15
3 Ierece Gilberto – Coordenadora Nacional do Ministério Universidades Renovadas/MUR.
4 Cf.Mc 6, 38
5 Cf.Mc 6, 42
6 Frei Raniero Cantalamessa, OFM. – Pregador da casa pontifícia.

2 comentários

  1. Ola>Estou na caminhada ha 6 anos ,sinto que gosto de partilhar a palavra de Deus,mas sou limitada em muitos itens,tenho dificuldade de entender as vezes ,mas cada vez mais eu sinto que tenho essa vocacao de falar de Jesus.Moro na Florida e sirvo bastante na Igreja que frequento,gostaria que vcs me dessem uma ideia de como aprendder com mais facilidade a falar de DEUS.

    1. Bom dia Irmã
      Falar de Deus é ler, participar de cursos palestras sobre o evangelho e o principal de tudo ” Pedir ao Espirito Santo que dê a direção o discernimento a ciência e a Sabedoria para pregar a palavra, pois quando pregamos a palavra o Espírito Santo se faz boca, não somos nós a pregoa – la mais sim o espírito.

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